LAURE (1903-1938) nasce Colette Peignot no seio de uma família católica e burguesa. Na sua atribulada biografia há-de perder o pai e três tios na Primeira Guerra Mundial, há-de lutar desde cedo contra a tuberculose, há-de andar à deriva por entre Moscovo, Berlim, e umas quantas esquinas anónimas noite adentro. Será confidente de Michel Leiris e amante de George Bataille. É na casa deste último que sucumbe tendo, contudo, tido tempo e vontade para nos seus 35 anos de vida terrestre andar à trela, levar chibatadas, se encantar com o socialismo para dele se afastar, desdenhar toda a patifaria católica ou, por exemplo, ser figura relevante na sociedade secreta Acéphale. Indagou ainda sobre a possiblidade de comunicação entre cada um de nós e os outros. Aquilo que, quando todos os critérios se reúnem, se chama frequentemente «o sagrado».

“Scatter, spoil, destroy, throw to the dogs all that you want: you will never affect me again, I will never be where you think you find me, where you think you’ve finally caught me in a chokehold that makes you come.”